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Artigo

AQUINO, Givandelson de Oliveira. MARTINS, Andrei Venturini. A Arte esculpe o Homem: reflexões sobre imagem e condição humana. In ZANIN, Larissa Fabrício. MAGRO, Adriana Roseli. AGUIAR, Maria Pêgo de. (Orgs) Anais do XIV sobre Ensino da Arte: Perspectivas plurais. Vitória: EDUFES, 2021. Disponível em: https://docs.google.com/document/d/1ew8w53OyYGCbvtL46_7EXaSzA_CEADN6GLKJ2EecMiE/edit# 

A ARTE ESCULPE O HOMEM: reflexões sobre imagem e condição humana

 

Givandelson de Oliveira Aquino

Andrei Venturini Martins

 

RESUMO

Esta pesquisa tem por objetivo refletir sobre a arte em sua potência de transmitir uma mensagem avassaladora para o espectador, a ponto de transformá-lo. Pretende-se reconhecer o caráter educativo da arte e simultaneamente almeja-se refletir sobre o discurso dialógico entre imagem e espectador, além de analisar a questão da arte como constructo da condição humana. De modo sucinto apresenta uma reflexão sobre a imagem e como sua produção e leitura foi determinante para o desenvolvimento da humanidade. O estudo trata ainda da questão que se estabelece entre a imagem e a condição humana, sendo esta capaz de imprimir uma marca indelével em seu apreciador. Por fim, versa sobre a importância de se ter uma educação que contribua para a leitura efetiva da imagem. Tem como aporte teórico autores que refletem sobre os temas propostos e teve como percurso metodológico a exploração bibliográfica por meio de livros e artigos científicos que tratam do tema. Por fim, espera-se, oportunamente, divulgar os resultados dessa pesquisa em publicações científicas, seminários, simpósios e congressos da área.

Palavras-chave: Arte, Educação, Imagem, Condição Humana.

 

ABSTRACT 

This research aims to think over the influence arts has in transmitting its message with the purpose of changing human beings. It is proposed to talk about the educational role as well as to think about the dialogue between image and bystanders and analyse the impact arts has on people. In short, it is about imaging, its result and how reading can determine human development as it marks positively all experiences they have. It talks about how important it is to have education which contributes to an effective image reading. The study and research are based on authors who talk about the subject in books, scientific articles through bibliography exploration. Eventually publishing and research results in scientific means, seminars, congresses are expected. 

Keywords: Arts, Education, Imaging, Human Beings.


 

INTRODUÇÃO

 A Arte3 e seu ensino têm suscitado calorosos debates nas últimas décadas. Há quem defenda sua presença no currículo escolar como algo imprescindível para formação de seres sensíveis, mas também há quem acredite que ela seja dispensável ao ensino. De qualquer forma, não sem muita luta no campo político e social, a arte tem se feito presente no ambiente escolar. E falar de Arte enquanto disciplina curricular é falar também de leitura de imagens e da cultura visual. Aprender a ler imagens e também interpretá-las enquanto fenômeno dialético é uma questão delicada na escola. Causa estranheza a frequência tímida das imagens nas aulas de Arte. Talvez por questões técnicas, elas pouco aparecem e quando se fazem presentes, as imagens são representadas nas minúsculas ilustrações dos livros, em fotocópias monocromáticas e, na melhor das hipóteses, em pranchas serigráficas muito distantes da imagem original. Entretanto, quais são as perspectivas do uso da imagem como forma de se propor uma educação estética? Como conceber uma prática educativa que, por meio da aproximação com a imagem, permita a compreensão crítica da cultura visual de maneira ampliada, tão presente na sociedade? É preciso analisar e questionar o já instituído, vislumbrando possibilidades para o entendimento do campo do conhecimento e da potência da visualidade e da cultura visual, de modo especial sobre a imagem e sua leitura, tendo como premissa o espaço aberto pela educação escolar. Parece evidente que a imagem cuidadosamente interpretada, alcança múltiplas dimensões na mediação do conhecimento contemporâneo. O professor responsável por essa mediação deve estar comprometido com a formação de leitores sensíveis à influência exercida pelas imagens, tendo em vista uma educação que objetive o entendimento e a interpretação crítica da visualidade e da cultura visual.

Dessa forma, o estudo aqui presente é um convite à reflexão, articulando saberes e a possível crítica das narrativas investigativas em relação ao poder escultórico que a arte exerce sobre nós.

Este tema envolve uma investigação sobre a arte e a condição humana, pensando em como a própria arte nos forja e nos esculpe quando entramos em contato com ela e como a mesma pode contribuir para a realização da nossa condição enquanto seres sensíveis, cientes de experiências de vida e dos próprios processos criativos. A pesquisa buscou compreender o que as imagens nos movem a ver, como entendemos a relação dialógica e transformadora presente na leitura de imagens, bem como o papel educativo da arte.

O ponto de partida seguiu a investigação da Professora Ana Mae Barbosa, de modo especial, em sua obra A imagem no ensino da arte (Barbosa, 2012), que em suas pesquisas iniciadas na década de 1980, buscando uma metodologia pós-moderna para o ensino de Arte, desenvolveu a Abordagem Triangular, baseada no fazer, leitura da imagem, da obra ou do campo de sentido da Arte e contextualização. A Proposta Triangular configura-se como uma abordagem em processo, em uma mudança contínua, enraizada essencialmente no contexto, para o desenvolvimento da identidade cultural e da percepção, por isso mesmo é também uma proposta vívida, orgânica e pulsante. A apreciação da arte é uma ação inteligível que favorece a produção de sentido da imagem. Por sua vez, a produção de sentido intelectivo e afetiva dos diversos agentes que fazem parte dos procedimentos de comunicação social designado Arte é definida, e se não fosse assim, o que teríamos seria apenas uma política de controle do imaginário. Desta forma, nota-se que a maneira de ensinar ganha importância porque amplia a compreensão e o modo como os sujeitos se relacionam com a imagem. O Ensino de Arte é aqui posto como questão central para a compreensão do valor da imagem, oferecendo a este tema o destaque que ele merece.

Vivemos em um mundo em que o contato com a obra de arte foi democratizado. Em nossos dias, a arte pode chegar até nós de diversas maneiras, seja pela tela da televisão, computador, celular, jornais impressos, outdoors, cartazes e tantos outros meios. Mas será que saímos ilesos desses encontros? Quando o primeiro homem, após o artista, entrou na caverna e se deparou com imagens impressas na parede, ele nunca mais foi o mesmo, pois aquela imagem imprimiu em sua mente uma outra imagem que o acompanharia pelo resto de seus dias. E desde aquela primeira experiência, até hoje, isso vem se repetindo com todo ser humano que se põe em contato com a arte. No Brasil, desde a década de 1980, a arte adentrou a sala de aula e passou a ser parte importante das aulas de Arte, isso graças aos estudos de Ana Mae Barbosa que culminaram na Abordagem Triangular:

Defendo a Cultura visual e a Arte na escola, ambas contextualizadas socialmente, historicamente e vivencialmente. O pós-modernismo trouxe para a análise da arte as mesmas propostas de análise crítica usadas para as imagens de outros meios e categorias. (BARBOSA, 2010, p. 21).

 

A ideia defendida por Barbosa dialoga com o pensamento de vários autores contemporâneos como Manguel , que nos diz que: “Para o bem ou para o mal, toda obra de arte é acompanhada por sua apreciação crítica, a qual, por sua vez, dá origem à outras apreciações críticas” (MANGUEL, 2001, p. 21). Ambos os autores nos apontam um caminho do apreciador em direção à arte, pensamento esse que é recorrente no discurso contemporâneo, mas não mostram um caminho contrário, ou seja, da arte em direção a seu apreciador. Portanto, configura-se neste ponto o estado da questão deste trabalho. Será que, ao se deparar com uma obra de arte, o indivíduo torna-se suscetível a uma transformação tal que possa influir acerca de sua própria condição humana, evidenciando um caráter formativo da arte? Para complemento teórico sobre o problema em questão, analisaremos outros autores que tratem do tema e nos ajudem a pensar sobre a relação dialógica entre a obra de arte e o apreciador, considerando os sinais de mudança após tal encontro.

Para fundamentar a investigação, era pertinente buscar as ideias de alguns pensadores acerca da imagem, entre eles podemos destacar Platão e Aristóteles. A pesquisa também trata da importância de um ensino de Arte que valorize a relação dialógica entre o objeto artístico e o apreciador. Para isso contou-se principalmente com os estudos de Ana Mae Barbosa sobre a visualidade e a cultura visual na escola. Outro ponto investigado trata-se da relação entre arte e condição humana. Neste quesito, tomou-se como pressuposto o pensamento de Pascal, Becker e Llosa. Avaliou-se a relevância do Ensino da Arte, e para isso a análise contou com as publicações dos autores, bem como artigos críticos que tratam do tema. Assim sendo, neste estudo buscou-se apresentar aos docentes do Brasil a importância de refletir sobre o Ensino da Arte destacando a educação do sensível, com o objetivo de fazê-lo repensar as didáticas e seus procedimentos metodológicos. 

Será a arte capaz de possuir uma mensagem tão contundente que possa atingir o homem naquilo que o determina, tendo as condições para influenciar sua sensibilidade? No embate entre a mensagem artística e as predisposições do espectador há que se considerar os seguintes passos: refletir sobre o discurso dialógico entre imagem e espectador; analisar a questão da arte e a condição humana; reconhecer o caráter educativo da arte.

Portanto, para responder à pergunta acima esboçada, propôs-se a seguinte hipótese: ao tomar consciência de que a arte é capaz de provocar inquietações e mudanças em seu apreciador, é possível considerar que a imagem criada intencionalmente com o intuito de comunicar de modo sensível, é capaz de imprimir um caráter educativo na alma. Ao professor, cabe ter consciência da importância de propiciar encontros efetivos do educando com a arte, fazendo uso de imagens para a educação estética. Dito de outra forma, que ele entenda a força da arte no estabelecimento de representações simbólicas e estéticas na formação humana, uma vez que, a arte é uma das atividades que nos diferencia dos outros seres.

Este trabalho se justifica enquanto pesquisa ao acenar para a questão da potencialidade do discurso artístico presente na própria obra, que é um discurso que vai além da intenção do artista e que é único para cada espectador, uma vez que imprime uma marca pessoal em cada indivíduo. Dessa forma, seu propósito se justifica por reafirmar a importância de se ensinar Arte através de imagens na Educação Básica. Tendo em vista o estudo das imagens do universo da arte, bem como de imagens da cultura visual, compreendemos em nossos dias ser necessário o entendimento do que vem a ser a imagem, da sua presença nas culturas e identidades para uma apreciação da imagem em sua afinidade com e na educação escolar em Arte.

A pesquisa desenvolvida teve caráter exploratório, contudo a princípio foi considerado o percurso bibliográfico através de livros, teorias e discussões pelo método dedutivo com prevalência teórica. Foi dividida em três capítulos, sendo o primeiro, reflexões sobre a imagem; imagem e condição humana; e por fim, o aprender na perspectiva da Imagem. 

 

REFLEXÕES SOBRE A IMAGEM

Falar de pensamento humano é falar sobretudo de imagens. A consciência humana está intimamente ligada à construção de imagens no seu intelecto. A capacidade de pensar, reconhecer e reproduzir formas, está na essência da espécie humana. Segundo Manguel, Aristóteles fundamenta que todo processo de pensamento requer imagens. “A alma nunca pensa sem uma imagem mental” (ARISTÓTELES apud MANGUEL, 2001, p. 21). Segundo essa concepção, a nossa construção intelectual tem a imagem como seu fundamento, tendo essa que assumir diferentes funções na nossa existência.

Ainda nos primórdios da humanidade, o homem possivelmente se encantou com imagens. Há que se supor que as primeiras imagens tenham sua gênese na interação com a natureza. Ao observar as formas do mundo natural, esse primitivo não haveria de permanecer o mesmo. As imagens da natureza foram capazes de mudar a relação entre o ser humano e os fenômenos naturais. Isso aconteceu porque as imagens carregam a propriedade de intrigar, fascinar e convidar o espectador à interpretação e a senti-las. Segundo Fortes: “A representação da natureza através de imagens está na origem do próprio surgimento da cultura humana. Desde os primórdios, o homem se debate entre louvar e imitar a natureza ou dominá-la e sobrepor-se a ela” (FORTES, 2018, p. 2). Para o autor, o homem inicia sua jornada artística ora imitando a natureza com o propósito de aproximar-se dela, ora tentando dominá-la. Assim, ele retratava o mundo com suas produções imagéticas, mas também o modificava em sua visualidade. 

O registro que chegou até nossos dias foram as imagens gravadas nas paredes das cavernas. Essas certamente não foram as primeiras imagens criadas pelo homem, mas são a certidão de nascimento da arte. O homem depois de ser afetado pelas imagens da natureza, passa ele mesmo, a produzir suas próprias imagens. Feist (2003) cria uma bela narrativa para o surgimento da arte, quando nos conta:

Pode ser que tudo isso tenha começado quando um primitivo faminto estava sentado no meio da caverna, pensando na vida e pensando em um belo pedaço de carne. E de repente imaginou que uma saliência ou mesmo uma mancha na parede parecia o animal que poderia lhe saciar a fome. Então se levantou, pegou um tição qualquer e completou a figura que a saliência ou mancha lhe sugeria. (FEIST, 2003, p. 17)

 

Uma transformação significativa acontece no instante em que o homem passa da contemplação passiva das formas da natureza para criar, ele mesmo, suas próprias formas. Para Martins (1998), a linguagem da arte é sobretudo invenção, criação e construção. É através da arte que o homem forma e transforma o que a natureza lhe oferece em algo significativo. O artista seria capaz de mudar a realidade quando produz. Mudar não somente a própria realidade, mas também das pessoas que venham a ter contato com ela. Podemos imaginar a reação do primeiro espectador quando viu a figura desenhada na parede da caverna pelo primeiro artista. Reconhecer naqueles traços as formas que ele já conhecia, possivelmente causou-lhe grande espanto. Algo semelhante deve ter ocorrido com aqueles que, centenas de milhares de anos depois, encontraram essas mesmas imagens escondidas nas ‘gavetas’ do tempo. Isso porque, segundo Martins (1998), a obra de arte não fica restrita unicamente às circunstâncias de sua produção. Nela podemos encontrar algo que é único e ao mesmo tempo universal. Na obra de arte, o artista brada sua voz, mas essa voz não se perde no ar. Ela encontra morada no espectador, que por sua vez, deixa-se habitar por ela.

Os gregos foram os primeiros a se preocupar com o princípio da representação, expresso pelo naturalismo que a obra simulava, resultado da habilidade do artista. Esse processo se fundava no princípio de mimese, que significa imitação. Teixeira destaca, a partir da sua leitura da República de Platão, que “a arte, em todas as suas expressões [...] é uma mimesis da realidade. Ou seja, sob o ponto de vista ontológico, a arte não passa de uma imitação do mundo sensível” (TEIXEIRA, 1999, p. 74). Em um primeiro olhar, podemos dizer que a arte tem seu início com o artista querendo imitar a natureza, mas se olharmos com mais atenção, perceberemos que aquelas produções estão carregadas de significados advindos da mente do artista. Outro autor que trabalha o termo mimesis é Fortes (2018). Esse autor, indica que o conceito de mimesis pode ser adotado em dois sentidos diferentes. Em primeiro lugar, seria a do fato dos artistas imitarem a aparência dos objetos do mundo natural. Talvez este significado seja o mais conhecido, uma vez que marcou absolutamente a história da arte, levando-nos a crer que o grande artista é aquele que é capaz de retratar o mundo da forma mais fiel e verdadeira possível. Uma segunda concepção da atividade mimética seria, segundo o autor, aquela que acredita que o artista ao invés de imitar apenas a aparência da natureza, imitaria a sua própria força criadora. Da mesma forma que a natureza produz os seres do mundo, o artista produziria seus artefatos enchendo o ambiente de produtos feitos por ele. “Desta maneira, o homem produz não só imagens sobre o mundo, mas altera a própria forma como o mundo se apresenta para nossos olhos” (FORTES, 2018, p. 02), continua o autor. 

Aristóteles apresenta uma abordagem diferente de Platão em relação às imagens. Ele acreditava que a imagem era a representação mental do objeto real, sendo arquitetada por meio dos sentidos. Entendia a arte como sendo verdadeira, tanto do ponto de vista epistemológico como moral. Para o discípulo de Platão, a mimese é natural ao homem e não é apenas a imitação de coisas que já existem, mas pode ser também a imitação de coisas possíveis, assim a arte não seria só reprodução, mas invenção do real. Dessa maneira, Aristóteles define a Beleza objetivamente e realisticamente como resultante da harmonia das partes de um todo. 

Seja a imagem uma imitação das coisas, seja ela uma criação nova do artista, o nosso olhar sobre ela nos revela o seu poder de intercessão. A imagem desperta em nós lembranças, pensamentos, sensações, sentimentos que não conseguimos explicar. A imagem é sempre uma oportunidade de estabelecer relações, seja consigo mesmo, seja com o autor da obra, com outros apreciadores e com o mundo. Nesse sentido, a imagem se amplia como um fenômeno cultural e social com múltiplas abordagens, fazendo-se necessária tanto na leitura de obras de arte reconhecidas como tal, mas também na leitura de imagens corriqueiras.

A imagem, por vezes se nos apresenta como um espelho, fazendo-nos refletir sobre que coisa é o mundo, que coisa é o homem, que coisas somos nós. É justamente sobre este revelar da arte que trataremos a seguir.

 

IMAGEM E CONDIÇÃO HUMANA

Como vimos, a capacidade de pensar, reconhecer e reproduzir formas, está na essência da espécie humana. O que pode acontecer com alguém que entra em contato com algum tipo de obra artística? É possível que sua reação seja se emocionar, rir, chorar, ter ojeriza, pensar… Mas por que isso ocorre? Para retratar o domínio que a imagem é capaz de exercer sobre nós, vamos apresentar dois exemplos. Conta a lenda que Michelangelo após concluir a sua escultura de “Moisés”4, uma das mais belas obras feitas pelo mestre italiano, teria passado por um momento de desvario diante da beleza da obra dando uma martelada no joelho da estátua, gritando: Per ché non parli? (Por que não falas?). Outro fato ocorreu com um professor de Arte conhecido nosso. Depois de anos mostrando para os alunos minúsculas reproduções nos livros ou em pranchas mal impressas, a obra “Caipira picando fumo” de Almeida Júnior5, em uma visita à Pinacoteca do Estado de São Paulo, o professor se deparou com a obra original. Diante da monumentalidade do quadro, podendo perceber as pinceladas, o brilho, as cores e as formas demarcadas pelo artista, admirando in loco a beleza da tela, o visitante não foi capaz de segurar as lágrimas, chorando copiosamente. Poderíamos encher páginas e páginas com relatos de pessoas que tiveram variadas reações diante de uma imagem, mas esses exemplos são suficientes para ilustrar a força da arte sobre nós. 

Por que será que a arte nos comove? Talvez a resposta seja: porque somos humanos! A arte é uma criação humana feita para humanos. Mesmo que haja outros engenhos produzidos pelo homem que sigam essa lógica, a arte se sobrepõe porque é capaz de mostrar a vida de homens de todas as épocas sendo seres que pensam, criam, se relacionam, agem, trabalham, que sofrem e que buscam a felicidade. Assim, mesmo que uma obra artística seja fruto de uma determinada época, de costumes específicos, condicionada a recursos tecnológicos e científicos de seu tempo, tem o poder de transcendência para permanecer na história. Segundo Martins “A obra de arte não fica restrita apenas à época e data de sua produção, ela é intemporal porque nela encontramos parte de nós, daquilo que no artista é único e ao mesmo tempo universal” (MARTINS, 1998, p. 60). Por isso mesmo a arte nos permite compartilhar sentimentos, sendo ao mesmo tempo individual e plural, mostrando potencialidades e fragilidades, promovendo uma síntese do ser; permitindo compreender a existência humana na sua totalidade. A obra artística enquanto criação produzida pelo homem é capaz de revelar o próprio homem em seu poder criativo, sendo por sua vez, o próprio sujeito objetivado.

Para Aranha: “a arte é um dos modos pelos quais o ser humano atribui sentido à realidade que o cerca, e uma forma de organização que transforma a experiência, o vivido, em objeto do conhecimento, sendo, portanto, simbólica” (ARANHA, 1998, p. 204). Essa capacidade de atribuir sentido à realidade falta aos animais. Conforme afirma Aranha, “a arte é um dos modos simbólicos de que o ser humano se utiliza para atribuir significado ao mundo, mostrando por meio de um objeto as possibilidades do real” (ARANHA, 1998, p. 205). E isso, só o ser humano é capaz de fazer. 

A criação artística se irrompe como uma necessidade para o homem conhecer sua condição humana e modificá-la. Pascal, em sua obra Pensamentos (PASCAL, 2005), apresenta a condição miserável do homem, entre o nada de onde saiu e o infinito que o envolve, não tendo condições de compreender seu princípio e nem o seu fim. A questão da arte estaria, dessa forma, intrinsecamente ligada à condição humana, traçando o jogo dialético do contraditório: finito e infinito; relativo e absoluto; imanente e transcendente; dizível e inefável. Segundo Martins “a grandeza do homem […] estaria na consciência de suas tragédias e vitórias, sendo capaz de expressá-las, tanto pela ciência, quanto pela arte e literatura” (MARTINS, 2018, p. 21). 

No clássico da literatura universal, O retrato de Dorian Gray (WILDE, 2012), Oscar Wilde apresenta a busca humana pela imortalidade. A metáfora de Wilde, apresenta a obra de arte como um meio de manter a eternidade do ser. A história retrata a busca absurda do homem pela eternidade. 

Uma obra de arte deve ser uma representação da existência do artista, dos seus sentimentos e pensamentos. Segundo Teixeira, o homem é um ser criativo e vive inventando formas de expor sua criatividade. Essa criatividade seria uma maneira de amadurecer e afirmar sua personalidade. Para ele “A arte é o patrimônio de estar vivo. Consiste numa necessidade pessoal e social, pois estabelece novas relações entre o indivíduo e o mundo que o cerca” (TEIXEIRA, 1999, p. 73). A arte que apresenta tais características, passará ao largo da fugacidade do mundo, e será capaz de sensibilizar o espectador, forjando nesse, marcas profundas e indeléveis. Obviamente que desde o momento em que o ser humano passou a produzir imagens, independente da natureza que lhes deu origem – visuais, corporais ou sonoras – elas assumiram diferentes funções em diferentes épocas, mas o que não se pode negar é que em determinadas culturas e momentos específicos, o homem buscou suprir seus imperativos socioculturais por meio da produção de imagens que fossem capazes de sensibilizar aos demais. Ainda hoje, o artista se configura como arauto das mensagens que não encontram maneiras imediatas de serem ditas. Segundo Manguel, “as imagens que formam o nosso mundo são símbolos, sinais, mensagens e alegorias. Ou talvez sejam presenças vazias que contemplamos com o nosso desejo, questionamento e remorso […]. As imagens, assim como as palavras, são a matéria de que somos feitos” (MANGUEL, 2001, p. 21). No mundo onde reina a busca hedonista pelo que é imediato, transitório e aparente, a arte precisa exercer o seu papel social, ou seja, mostrar ao homem que sua liberdade tem o peso de suas decisões; única forma de abrir outras possibilidades. Contudo, para que isso aconteça, é preciso treinar a sensibilidade do olhar, de modo que a imagem criada com propósito artístico, possa cumprir o seu desígnio de esculpir o homem. Seguindo esse caminho a arte, enquanto narrativa da condição humana, é também um espaço possível de educação. Justamente nesse ponto, um ensino de Arte que desperte os sentidos tenciona esta questão, como veremos na sequência.

 

O APRENDER NA PERSPECTIVA DA IMAGEM

O mundo é povoado de imagens de todos os tipos e nós, deste modo, lidamos com elas desde que nascemos. De acordo com Manguel, “estamos todos refletidos de algum modo nas numerosas e distintas imagens que nos rodeiam, uma vez que elas já são parte daquilo que somos” (MANGUEL, 2001, p. 20). Seja imagens feitas pela mão humana ou pela natureza, criadas por nós ou que adotamos como nossa, imagens físicas ou mentais, elas nos povoam e fazem de nós o que realmente somos, pois segundo o mesmo autor, “somos essencialmente criaturas de imagens, de figuras” (MANGUEL, 2001, p. 21). 

A imagem carrega consigo múltiplos sentidos que acabam por nos provocar e para dialogar com ela é preciso ter disponibilidade interna, mas além disso, é necessário que esse contato seja enriquecido. Como diz Manguel: “misteriosamente, toda imagem supõe que eu a veja” (MANGUEL, 2001, p. 27). E se a imagem supõe que a vejamos, supõe também que deixa em nós sua marca. Esse mesmo autor nos faz refletir sobre o poder que a imagem exerce sobre nós, quando nos diz que:

Essencialmente, toda imagem nada mais é do que uma pincelada de cor, um naco de pedra, um efeito de luz na retina, que dispara a ilusão da descoberta ou da recordação do mesmo modo que nada mais somos do que uma multiplicidade de espirais infinitesimais em cujas moléculas – assim nos dizem – estão contidos cada um de nossos traços e tremores. De todo modo, tais reduções não oferecem explicações nem pistas sobre o que se constela em nossa mente quando vemos uma obra de arte que, implacavelmente, parece exigir uma reação, uma tradução, um aprendizado de algum tipo – e talvez, se tivermos sorte, uma pequena epifania. (MANGUEL, 2001, p. 316)

 

Poderíamos completar essa afirmação com o que disse Jorge Coli: “a obra é um emissor, ela envia sinais que nós recebemos” (COLI, 1995, p. 73). Mais uma vez poderíamos apreender nessa relação entre obra e apreciador, o trabalho escultórico em quem mantêm contato com ela. Nesse sentido, poderíamos voltar o nosso olhar para um organismo social que se presta ao serviço de educar para a arte: a escola. Mas, será que a escola tem formado leitores de imagens?

Antes de continuar com nossa reflexão, talvez seja importante fazer uma provocação: Por que arte na escola? Ou ainda: será que aquilo que se tem ensinado nas aulas de Arte é realmente arte? Um dos maiores imperativos da presença do ensino de Arte nas escolas, talvez resida na necessidade de promover a leitura do mundo e das imagens presentes nele. De acordo com Barbosa, “nosso mundo cotidiano está cada vez mais sendo dominado pela imagem […] temos que alfabetizar para a leitura da imagem” (BARBOSA, 2012, p. 36). A autora propõe que seja feita uma relação entre o que está sendo visto no aqui e agora com as imagens que fazem parte do acervo cultural da humanidade. Ela acredita que ensinar a leitura das obras de arte é preparar as pessoas para o entendimento das imagens, seja ela obra de arte, ou não.

O tipo de leitura que é defendida por Ana Mae na Abordagem Triangular está enraizada no ideário freireano, ou seja, reivindica uma “leitura” como análise crítica que se articula ao contexto do leitor. Bredariolli explica que esse seria o caminho para o exercício e desenvolvimento de um olhar ativo sobre o mundo e para as imagens que o constituem” (BREDARIOLLI in BARBOSA, 2012, p. 35). O aluno torna-se, nesse sentido, leitor, intérprete e autor. 

A leitura e a apreciação das obras de arte como prática que deva estar presente nas salas de aula, tem sido uma luta frequente dos arte-educadores nas últimas décadas, quando a pesquisadora Ana Mae Barbosa desenvolveu uma proposta pós-moderna6 para o ensino de Arte que ficou conhecido como Abordagem Triangular. Essa proposta de ensino não pode e nem deve prescindir da presença da imagem na sala de aula. Como indica Rebouças, “a presença das imagens na educação escolar e a sua leitura é tão necessária quanto qualquer outro texto verbal” (REBOUÇAS in NUNES, 2012, p. 258). E a autora segue com seu pensamento: “educar é fazer ver além das aparências em que se encontram revestidos os discursos, o que se processa por meio da compreensão das relações produtoras de significado” (REBOUÇAS in NUNES, 2012, p. 258). A leitura de uma imagem implica que o leitor esteja preparado para travar um diálogo com ela, estabelecendo assim, uma relação dialógica entre ambos. Como sugere Schlichta “o trabalho de leitura de imagens tem por objetivo levar o aluno a interpretar, ou seja, elucidar os significados incorporados nas formas de representação, que incluem vários tipos de objetos, inclusive artísticos” (SCHLICHTA in NUNES, p. 293). A obra de arte deve ter como fim humanizar o homem. Não se pode permitir que a arte seja vulgarizada, reduzida a ornamento ou mero prazer, uma vez que é um modo todo próprio de assimilação da realidade social e humana que permite a humanização dos sentidos. A mesma autora ainda indica que “a apreciação dos objetos artísticos não é outra coisa senão torná-los nosso verdadeiramente” (SCHLICHTA in NUNES, p. 293). É apropriar-se dele, deixar que ele interfira em nós, que deixe em nós sua marca. A obra deve falar por si, deve poder dialogar com quem a observa a partir dos signos presentes nela. As imagens nos invadem, fazendo surgir um olhar reverso, em uma situação em que vemos e somos vistos por ela. A invasão sofrida por nós, por parte da imagem, é o que Charréu apresenta como tônica ao avesso: 

Na tônica ao avesso (“somos vistos pelas imagens!”) descentra-nos do nosso lugar tradicional de “catadores” (colecionadores) de imagens, mudando uma direcionalidade de um só sentido, homem-imagem, para uma outra que ricocheteia em nós, passando a homem-imagem-homem, nas ações de construção de significado. Ao nos ser devolvido o nosso olhar, tornamo-nos também alvos de estratégias de sedução por parte da imagem que utilizam, como suporte, a experiência visual que é intensamente pré-determinada pelo lugar que os pés de cada um pisam. (CHARRÉU in OLIVEIRA, 2015, p. 176).

A imagem nos convida a sair do marasmo, a deixar o comodismo. Nos convida a ter uma experiência estética. Ao encontro com construções simbólicas, onde é possível distinguir poeticamente os códigos e sentidos do mundo das imagens responsáveis pela força criadora do ser humano. As reflexões propostas por Larrosa fundamentam uma análise do ato de leitura de imagem como experiência, discutindo seu valor na educação, para ele: 

A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar, parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espaço. (LARROSA, 2016, p. 25).

Diante do exposto, poderíamos dizer que uma educação para a imagem deve permitir um tempo para que esse encontro se efetive, que seja capaz de nos levar a ter uma verdadeira experiência com a imagem. Uma experiência que nos liberta de verdades enraizadas em nós, a ponto de deixarmos de ser o que vínhamos sendo em direção a outra coisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta de refletir sobre o poder escultórico que a imagem exerce sobre nós a partir de uma relação dialógica entre o observador e a imagem, trouxe à superfície a compreensão de diferentes padrões de conhecimento da necessidade de se valorizar a presença das imagens nos processos educativos. A imagem surge como matéria-prima na relação de conhecimento em tempos remotos, e se estabelece hoje como um modo de alterar as percepções do sujeito cognoscente, servindo como fundamento para novas relações do saber, lugar para a criação intuitiva. A imagem atua e intervém de forma direta nas relações de conhecimento, torna-se geradora de signos na formação de ideias para o conhecimento humano. Assim, a imagem está no alicerce da construção do saber.

Podemos concluir que, hoje mais que nunca, se faz necessário um ensino de Arte que permita uma educação para a imagem. Na escola ainda pouco é feito no sentido de incorporar práticas pedagógicas derivadas do uso de imagem na sala de aula. É urgente encontrar maneiras de inserir a imagem no ensino, integrando a escola novos jeitos de promover o saber, onde a imagem se apresenta como forma, conteúdo e objeto indutor de conhecimento, como linguagem e constructo social-humano para o qual o aluno deve ser alfabetizado. Cabe à escola estar aberta para a presença da imagem no seu interior, encontrando ou criando formas didáticas de aproximação, leitura e aprendizagem . 

Pode ser que estejamos atravessando um limiar histórico de uma nova sensibilidade na relação com as imagens, análoga àquela que o homem passou de contemplador das imagens da natureza para ser, ele mesmo, criador de formas, ou na passagem da oralidade para a escrita. Outrossim, pode ser, sim que já tenha atravessado esse limiar sem que tenha se dado conta disso. 

Um fato é certo, estar diante de uma imagem é como estar diante de um espelho que nos diz, como Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”.

REFERÊNCIAS 

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Temas da filosofia. São Paulo: Moderna, 1998.

ARISTÓTELES. Da alma. São Paulo: EDIPRO, 2011.

BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos 1980 e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 2012.

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__________; CUNHA, Fernanda Pereira (Org.). Abordagem Triangular no ensino das artes e cultura visual. São Paulo: Cortez, 2010.

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NOTAS DE FIM

  1. Givandelson de Oliveira Aquino, mestrando em Educação pela UNITAU, possui especialização em Arte e Educação (FCE-2016); Docência do Ensino Superior (FCE-2016); Educação Musical (FCE-2017); Alfabetização e Letramento (INESP-2019); Docência da Educação Básica (IFSP-2021). Graduado em Pedagogia (FECGS-2012); Educação Artística com habilitação artes cênicas (FASC-2004) e Filosofia (UniFAVENI, em curso). Tem experiência como coordenador pedagógico. Professor de Arte SEDUC/SP e da SEC de São José dos Campos - SP.

  2.  Doutor em Filosofia. Professor no Instituto Federal de São Paulo.

  3.  A palavra ‘arte’ grafada com letra minúscula, refere-se ao contexto geral, e quando grafada ‘Arte’ com letra maiúscula, refere-se a disciplina de Arte.

  4. Moisés. Michelangelo. Escultura em mármore, 1515. 235cm x 210cm. San Pedro in Vincoli – Roma.

  5. Caipira picando fumo. Almeida Júnior, óleo sobre tela. 202cm x 141cm. Pinacoteca do estado de São Paulo.

  6. A pós-modernidade em arte/educação caracterizou-se pela entrada da imagem, sua decodificação e interpretações na sala de aula junto à já conquistada expressividade. BARBOSA, Ana Mae. (org) Ensino da arte: memória e história. São Paulo: Perspectiva, 2014.

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